quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SOMBRAS TORTAS




















Sigo...
Não mais procurando por nada
Apenas sigo...
As palavras, os risos,
O que eu quis acreditar,
O que eu jamais acreditei,
Agora são somente sombras tortas
Que deixo enquanto caminho.
Meus olhos já não veem
O viço das paixões
E a realidade como um espelho
Traduz a nudez com que agora me encaro.
Sigo...
Sem a ilusão do que deixei
Sem a bagagem do que amei
Apenas sigo...
De braços dados comigo
Em silêncio...
Eu e eu...

CRIS FERREIRA

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

MÁSCARA QUEBRADA

















Enfim acabou-se o mágico
Acabou-se o trágico
Em mim o torpor
Depois do pó da estrada
Cansada...
Somente a paz
Livre de não querer mais
Adeus nada
Adeus amor.

Nem sequer lágrima fria
Ou som de alegria
Se fez ouvido
Perdido...
Apenas o vazio dolente
De quem não mais sente
O prazer
De ter querido.

Descanso de outros passos
Adormeço em meus próprios braços
Sou eu novamente!
Simplesmente!
Quem sabe quando outro momento vier
No valor e na força de ser mulher
Eu acredite
E tente.

CRIS FERREIRA

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

FELICIDADE












Assim eu sou feliz...
Quando os meus olhos brilham
Para iluminar o seu caminho
Assim eu sou feliz...
Quando o meu coração bate apressado
Para que sua voz soe como canção
Assim eu sou feliz...
Quando estendo os meus braços
Para amparar o seu cansaço
Assim eu sou feliz...
Quando minhas mãos acariciam seu rosto
Para que sua boca se curve num sorriso
Assim eu sou feliz...
Pois o valor de amar não está em ter
O valor de amar está em doar.

CRIS FERREIRA

APENAS VIVER

















Deixei de julgar-me
Vivo apenas...
Os erros que cometi
Falam por si
Apenas vivo...
Um misto de tristeza
E alegria
Tudo...
Um pouco...
Cada dia
Apenas vivo...
Aprendendo, superando
Partindo, ficando
Apenas vivo...
Uma eternidade...
Ou um momento...
Do amor felicidade
Da dor o sofrimento
Apenas vivo...
No gosto amargo e doce
De viver
No respirar de sentir
E ser
Eu vivo...

CRIS FERREIRA

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A FÉ E O QUERER

















Aplica tua ansiedade nos afazeres do dia
Nenhum querer nas mãos de Deus é perdido
Nós não somos mais do que somos
Nós apenas supomos
Somente a fé torna o querer cumprido.

Vive apenas, simplesmente
Tudo tem seu momento, nada chega tarde
Domine tua aflição
Deus conhece o teu coração
Ele não faz nada pela metade.

Cobre de si mesmo alegria
Com a fé construa um escudo
Não importam os espinhos da estrada
Sozinho você é nada
Com Deus você é tudo.

CRIS FERREIRA 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

LABIRINTO



















Onde quer que eu vá
Comigo estão suas lembranças
Suas palavras atadas aos meus passos
A mente quer esquecer
O coração quer lembrar
Caminho em um labirinto de saudade
Sempre seguindo...
E sempre voltando ao mesmo lugar.
Ata-me os olhos
Para que eu me perca de ti
Sele a minha boca com teu silêncio
Para que eu tenha tempo
De recolher o que sou
Construir o que quero ser
E então voar
Para longe...
Muito longe...
De você.

CRIS FERREIRA 

domingo, 14 de outubro de 2012

O SONHO DE ALICE


Eu cresci criando ilusões, para esconder o escarnio de meu pai e a tristeza de minha mãe. A infância me trouxe a facilidade das palavras e a dificuldade de senti-las.
O tempo passou e já adulta ainda criava ilusões, pareciam ser elas, uma redoma onde eu me protegia do mundo e até de mim mesma; realidade significava dor, e eu não queria viver de dor.
Vivi o sonho de Alice...
Nada era real, os problemas que eu vivia, e como consequência o amor que sentia, nada era real; e como a vida não é ilusão, fez com que eu pagasse o preço...
A redoma se quebrou, a ilusão se foi. E meus olhos se abriram para a vida assim como a dor se abriu na minha própria carne;
Não havia como enfeitar, não havia como refazer, só havia o silêncio, o vazio....
Hoje vivo meus pedaços, um de cada vez, com intensidade, mas um de cada vez, para que assim eu não crie redomas, mas tenha fé, para que assim eu não crie ilusões, mas tenha paz.

CRIS FERREIRA 

sábado, 13 de outubro de 2012

PELA METADE






















Quando você diz: Quero alguém que me complete, é porque você se acha bom pela metade.
Um relacionamento feito de amor, amor verdadeiro, não paixões fugazes, só é encontrado quando estamos inteiros, fortes em nossas convicções, donos de nossos sentimentos, livres dos nossos medos.
O amor não é um encontrar de almas que se completam, o amor é uma estrada onde existem frutos e pedras; os frutos são o saborear de risos, o doce carinho, a fartura de alegria; as pedras são aquelas que você tira do caminho e as carrega, para que a pessoa que você ama não tropece, para que as pedras não se tornem barreiras.
Para amar é preciso amar inteiro.
O amor não é feito de partes coladas uma a outra, ele subsiste em si mesmo.
Para amar alguém é preciso se amar primeiro, pois não se pode dar a outro aquilo que não se tem.

CRIS FERREIRA

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DESCANSO

 














Abre-me os braços
Deixe-me dormir em teu colo
Deixe-me descansar de mim mesma
Deixe-me sonhar ilusões
Acaricie meus pensamentos
Com o calor da tua pele
O bater do teu coração
É como cantiga
Meus olhos se fecham
E meu leito se faz na sua imagem
Enquanto o sorriso passeia em minha boca
Assim eu me abandono...
E o meu coração perdido
Sem sono
Esquece a realidade.

CRIS FERREIRA

terça-feira, 9 de outubro de 2012

DONA DA HISTÓRIA






















O desfiar dos anos
Contas a colorir a estrada
Sonhos nos quais tropecei
Ideais pelos quais eu lutei
Venci, perdi...
Amei, fui amada.

Transformei pedras
Em sementes
Fui fera, fui gente
Outras um camaleão
Nas lágrimas naveguei
Sem asas eu voei
Cai, sorri
Em pé cheguei ao chão.

Apreciei a futilidade
E o profundo
Senti o auge dos dois mundos
Separei valores de valor
Hoje desfiando minhas memórias
Sou dona de minha história
Existo! Insisto!
Em viver de amor.

domingo, 7 de outubro de 2012

PÁTRIA MINHA, AMOR MEU
















Eu choro por minha pátria
Amada minha
Por teu povo que se cobre de esperança
No verde vivo de tua bandeira
Uma nação inteira
Com coragem caminha.

E no azul de estrelas
Que acima de nós flutua
Alicerce falta aos nossos passos
Uma pátria tão cheia de laços
Que de tão enfeitada anda nua.

O teu amarelo ouro
Sempre tão novo
Desviado de mãos, mudando de nome
Enquanto a honestidade morre de fome
Nos braços cansados do seu povo.

Resta o branco pálido
De leis não cumpridas, escondido esta o seu valor
Somente por esperança caminha
Acorde! Pátria minha!
Por honra! Por dignidade! Por amor!

CRIS FERREIRA 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

CADA DIA

















Um dia mais
Um dia a mais eu sempre peço...
Para mais alguns passos,
Para mais alguns laços,
Para mais um sorriso.

Um dia a mais...
Um dia a mais eu sempre peço...
Para mais um carinho
Para mais um caminho
Para mais um sonhar.

Um dia a mais...
Um dia a mais eu sempre peço...
Para mais me conhecer,
Para mais oferecer,
Para mais um despertar.

Um dia a mais...
Um dia a mais eu sempre peço...
Para mais um nascer da flor
Para mais contar os dias
Para mais viver de amor.

CRIS FERREIRA

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O ETERNO DOS ANOS

















Passos trilhei nos caminhos de meus pais,
Para perpetuar os caminhos de meus filhos.
No inverno de meus dias, adormecia no leito da esperança, enquanto me alimentava das migalhas de coragem, que a vida espalhava pelo caminho.
Bebi da água de meu próprio suor, achando graça de meus lamentos, pois na juventude, o viço de meus braços eram tão fortes como o dos meus ideais.
Agora no passar dos anos, o verdor daquela época me traz saudade.
Sou o mesmo homem de antes, porém cultivado de anos, como um bom vinho que é apreciado por ser seco, como as frutas de época, apreciadas por ser doce.

CRIS FERREIRA



O TEMPO E EU
















                      

O vento passa...
Ora suave, ora bravio.
Parece levar de mim meus pensamentos.
Talvez o dançar das folhas nas árvores seja o som de minhas lembranças, enquanto na fortaleza de seus troncos, esconda meus segredos.
Não há frutos agora, pelo menos não iguais aos frutos doces de minha infância, mas há muita sombra onde descanso meus versos e adormeço meus medos.
O vento passa...
O tempo passa...
E eu continuo aqui...
Raiz de mim mesma, plantada na minha história, regada pela bondade de Deus; com os meus outonos de lágrimas, e minhas primaveras de riso.

CRIS FERREIRA