terça-feira, 15 de outubro de 2013

PROSA E POESIA






















Ao somar tuas mãos e as minhas
Escrevemos juntos uma história
Contadas um pouco a cada dia
Prosa e poesia
Um livro na memória

Nossos lábios atados num sorriso
A voz ecoada como canto
Levada através do tempo
Embalou os nossos momentos
Por um tempo, nem tanto...

Deixo teus sapatos à porta,
Eu que por muitas vezes os calcei
Levo as poesias por vaidade
A prosa deixo para a saudade
Ilusão eu parti... realidade caminhei...

Cris Ferreira



MEU MESTRE

















Meu Mestre fez nascer o sol aos meus olhos.
Meu Mestre fortaleceu os meus passos para que os meus pés não vacilassem.
Meu Mestre preparou minhas mãos para a honra do trabalho e para a bondade do carinho.
Meu Mestre fez o saber na minha memória para que o meu coração buscasse o agir digno.
Meu Mestre me deu a grandeza de ser único e a
simplicidade de ser humilde.
Meu Mestre que lapidou esse ser disforme, que moldou esse barro seco, e que soprou vida onde nada havia.
Esse meu Mestre que me prometeu o céu, deu-me anjos aqui na terra para que aplainassem meus caminhos, a cada um deu um nome e uma distinção, mas a todos chamou de Professor.
Obrigada meu Mestre!
Obrigada Professor!

Cris Ferreira



  

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A Busca e a Espera




















Meus olhos se abrem e um novo dia começa
Meus passos seguem...
Minhas mãos acenam para o dia.
Muitos pedem por um dia diferente,
Acontecimentos diferentes,
Enquanto eu, eu apenas sigo em frente.
Sobre os meus ombros, meus próprios pesares,
Não lamento, são meus... todos meus...
Sorrio com as novidades,
Abro os braços para a saudade,
E sigo em frente...
Todos buscamos dias melhores...
Mas sabe depois de tanta busca e tanta espera,
Por melhores dias, pelo meu milagre,
Descobri que eu os tenho a cada momento,
Quando abro os olhos e vejo...
Quando a minha voz se projeta...
Quando os meus lábios se curvam num sorriso...
Quando os meus passos seguem...
E até mesmo quando minhas lágrimas caem.
Porque na verdade, eu sou o milagre,
Eu sou esse ser criado por Deus,
Que respira, que anda, que vê, que fala...
E que tem lábios para sorrir,
E que tem lágrimas para chorar.
Eu sou esse milagre criado por Deus,
Esse Deus que também me deu joelhos,
Para a grata oração.



Cris Ferreira

sábado, 28 de setembro de 2013

Um Lugar

















Meus olhos se fecham buscando um lugar,
Não é terra nem mar,
É um sentimento.
Espalhado por estradas curvas,
Com cheiro de relva,
Com gosto de chuva,
Com ventos de saudade.
Que faz o coração bater perdido,
No ritmo de um poema já tão lido,
Que fez da ilusão, realidade.
Meus olhos se fecham buscando um lugar,
Não é terra nem mar,
É uma prece.
Escrita e cantada nos versos que fiz,
Para esse amor que me fez tão feliz,
Que o tempo não apaga, a vida não esquece.





Cris Ferreira

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Paisagens da vida





















Eu sorri com a mesma intensidade que chorei.
Eu perdi na mesma medida que ganhei.
Eu lutei as batalhas que chegaram,
Recolhi os sonhos que partiram...
Recebi com a mesma emoção que dei,
Muitas vezes feri,
Muitas vezes amei,
Assim é a minha história,
Apenas fatos, relatos, que levo na bagagem...
Onde caminhar faz parte,
Onde aprender é arte,
E onde viver é coragem.


Cris Ferreira

domingo, 22 de setembro de 2013

Amor de tantos amores























Amor do despertar de cada manhã
Amor do meio dia
Amor da tarde
Amor que arde
Amor que vicia
Amor de ciúme
Amor de costume
Amor presente
Amor ausente.
Ah! Esse amor!
Que vive nos olhares
Amor de todos os lugares
Que não me conhece
Que não me encontra...


Cris Ferreira















sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Mar de Palavras


















Ah! Esse mar de sentimentos
Com suas ondas de palavras e versos
De calmaria e temporais
Mãos como velas estendidas em riste
Um aceno triste
Deste coração sem cais.
Ah! Esse leme sem destino
Navegando nas águas dos meus olhos
A prantear meu sorriso morto
E uma âncora no canto esquecida
A poesia alegre, não lida,
Que nunca chegou ao porto.

Cris Ferreira


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um Pouco
















Eu viajo no tempo
E como o vento
Toco teus cabelos
E faço chover nos teus olhos
Saudade...
Saudade de mim
Enquanto que minhas palavras
Vão envolvendo os teus espaços
Tua boca
Teus ouvidos
Teus braços
Até que eu me farte
E assim saciada então
Recolho os versos ao chão
Para cola-los mais tarde.

Cris Ferreira





domingo, 3 de fevereiro de 2013

AMIGOS



















Quantas estradas percorremos meu amigo!
Jamais caminhamos sós.
Tristezas e alegrias nos marcaram,
Quanto nossas bocas sorriram,
Quanto nossos olhos choraram,
Quantos momentos vivemos nós!

De dor em dor,
De alegria em alegria,
Em tão fraterna amizade,
Seguimos estrada afora,
E mais amigos somos agora,
Amor, valor, lealdade.

Muito ainda está por vir,
E nós vamos seguir,
Um do outro sendo abrigo.
Qualquer hora, qualquer lugar,
Sempre que precisar,
Estou aqui meu amigo.

CRIS FERREIRA


sábado, 2 de fevereiro de 2013

NATURAL






















Num dia simples,
Com uma vida simples,
Descanso...
À sombra das minhas sombras
Espero meus outros dias...
Não há mais o que contar em mim,
Somei, subtraí, dividi, só não multipliquei.
Num dia simples,
Com uma vida simples,
Vejo...
O amanhecer das horas
Na minha janela do tempo;
Como hoje, como ontem,
Eu contemplo...
A minha história,
A minha memória,
Néscio de tudo,
Sábio de mim.

CRIS FERREIRA


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

PERMITA-SE



















Ao encontrar as minhas letras
Desarme o teu entendimento
Se entregue ao que não é teu,
Viva a vida que não é tua,
Ame um pouco o que não compreende,
Atreva-se a essa aventura.
Para beber de mim
O doce e o amargo dos meus versos.
Caminhe nos meus segredos,
Pouse as tuas mãos nos meus lamentos,
Dance no arco do meu sorriso,
Deite-se na cama dos meus olhos,
Para ver a minha alma nua.
Até que o poema termine;
As letras se acabem,
E a realidade comece.

CRIS FERREIRA



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

COTIDIANO















Nasceu o sol!
Disse: Bom dia!
Manhã fria,
Outra vez!
Essa chaleira apitando,
Novamente o vizinho gritando!
Italiano ou português?
Ora, não importa saber quem é,
Onde está o meu café?
Essa não! Minha meia desfiada!
E eu sem tempo pra mais nada!
É trocar a meia e ir embora.
Que horas são agora?
Pronta não pronta,
Seja o que Deus quiser!
Todo dia é sempre assim,
Eu correndo atrás de mim,
Ativa, viva, mulher.

CRIS FERREIRA


MEU EPITÁFIO















Quando eu me for, chorem pouco. Já lamentei demais em vida, poupem-me de lamentações na minha morte.
Quando eu me for vistam-se de cores vibrantes, chamem atenção para si, eu já chamei atenção demais para mim.
Quando eu me for quero orações, não para mim, mas para os que ficam; eu sei bem que viver não é fácil!
Quando eu me for, não quero flores, prefiro caneta e papel enquanto assisto e escrevo suas histórias.
Quando eu me for, me esqueçam!
Saudade do que não mais existe é ilusão; bem pelo menos para mim.
Quando eu me for, perdoem meus defeitos, se é que vai ser possível vocês lembrarem-se de todos.
Quando eu me for, deixem que eu, apenas eu fique com as lembranças; pois o melhor de mim eu deixei, que foi o amor pela vida.

CRIS FERREIRA



ANTIGO



















A casa velha,
As frestas na parede,
A pintura descascada,
O fogão de lenha.
A inocência,
A carência,
A ilusão.
Esperanças demais,
Sonhos demais,
Dobrados à espera das estações
Que passaram... passaram
Até que a vida se tornou gente grande,
E as lembranças, um relicário esquecido;
Que ninguém se interessa em ler,
Que você mesmo não se interessa em ler.

CRIS FERREIRA


A PONTE















Atravessei a ponte do tempo

E saí a minha procura
Chamei meu nome
O silêncio respondeu...
Não ouvi, segui...
Ainda procurando por mim,
Parei sob as sombras dos meus segredos
De tão patéticos, sorri
E de todas as lágrimas passadas
Me lavei...
Então, na volta,
A ponte atravessei
O passado não está mais aqui.
A ponte ruiu,
Quem procurava partiu,
Voltei... venci!

CRIS FERREIRA  










domingo, 20 de janeiro de 2013

O ESPELHO




















Quando se ama o amor
Cria-se uma redoma imensa
Finge-se uma realidade sem dor
E ilusão de amor
É a razão que não pensa.

Retém-se a vontade de ser
Para explodir em louco querer
Enquanto nada se tem
Doando falsa felicidade
Jurando fidelidade
Ao amor que é de ninguém.

Quem amou o amor e não o ser
Patético se tornou em seu próprio drama
Espelho do outro, amou a esmo
Já que ninguém gosta de levar pra cama
O retrato de si mesmo.

CRIS FERREIRA
 
  

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ANJOS















Sim! Existem anjos!
Suas asas não pertencem aos nossos olhos
Mas eles estão aqui.
No despertar da dor,
Nos embalam com sorrisos.
Na construção de ilusões,
Nos alertam com a verdade.
Uns gritam, outros sussurram,
Uns choram, outros nos fazem chorar...
Sim! Existem anjos!
Que vem em forma de apelo, outros em forma de esperança;
Mansos, rebeldes,
Rudes, suaves...
Que nos pegam com carinho pela mão,
Outros que nos arrastam pelo caminho.
Sim! Existem anjos!
Não são feitos de nuvem,
Não são feitos de sonho,
São feitos de gente; como a gente,
Quando doamos o melhor de nós mesmos...
Buscando, entregando,
Amando, vivendo...